Cavaleiro de Copas: o novo Terrence Malick
Quando vi A Barreira Invisível (The Thin Red Line) não sabia ao que ía. Aqui estava uma linguagem cinematográfica completamente nova e original para mim. Um filme que dispensava a narrativa tradicional para dar lugar a um poema visual e sonoro que parecia pertencer a um tempo e lugar próprios e que fluía ao sabor tanto das reflexões e monólogos interiores das personagens como da contemplação da própria natureza - da que nos rodeia e da que nos define.
Tornou-se obrigatório descobrir Terrence Malick. Independentemente dos anos que permeiam os seus filmes, aqui está um cineasta com uma carreira consistente, temática e estilisticamente. Noivos Sangrentos (Badlands), Dias do Paraíso (Days of Heaven), O Novo Mundo (The New World) e A Essência do Amor (To The Wonder) compõem uma filmografia desafiante mas altamente recompensadora.
Esta filmografia é completada pela obra-prima A Árvore da Vida (The Tree of Life), o culminar mais perfeito de um estilo inimitável. Obra ambiciosa que explora o micro e o macro-cosmos, a espiritualidade, a imponderabilidade da natureza, a educação, o amor maternal, a rigidez parental, a contradição dos sentimentos fraternais. Tudo isto e muito mais numa combinação perfeita de som e imagem que levará quem se deixar embalar no seu encanto a uma viagem de descoberta interior capaz de mudar uma vida.
Cavaleiro de Copas (Knight of Cups), o mais recente filme de Malick tem ante-estreia no próximo domingo no Leffest. É um dos dois projectos que entretanto rodou com Christian Bale e conta com Natalie Portman e Cate Blanchett no elenco.
Cavaleiro de Copas é exibido no Centro Cultural de Belém no próximo domingo, dia 15, às 19h30 e estreia comercialmente a 21 de Janeiro do próximo ano.