Os meus favoritos de 2015 [1]
Ao longo do mês de Dezembro partilharei os meus filmes favoritos que vi em 2015. Esta lista não terá nenhuma ordem em especial e não pretende ser completa nem definitiva. Não vi, nem de longe nem de perto, todos os filmes do ano.
Ex Machina, 2015, dir. Alex Garland
Ex Machina é a estreia na realização do novelista e argumentista Alex Garland, colaborador de Danny Boyle em A Praia (2000), 28 Dias Depois (2002) ou Missão Solar (2007), e argumentista, adaptando um romance de Kazuo Ishiguro, do criminalmente pouco visto Nunca Me Deixes, de 2010 de Mark Romanek. Neste, como em Ex Machina, assistimos a inflexões fantásticas subtis em realidades muito próximas da nossa que transforma a experiência numa reflexão verosímil sobre as temáticas apresentadas. São dois filmes ligados por questões de identidade e propósito onde as personagens se confrontam com o seu destino e o livre-arbítrio, ou a falta dele.
Ex Machina é um filme de câmara com apenas três protagonistas: Caleb, um informático que ganha um prémio na empresa onde trabalha que lhe permite conhecer Nathan, o líder inspirador e recluso dessa empresa, e com ele passar um fim-de-semana na sua casa retiro de montanha. Aí Nathan apresenta Ava, uma rapariga robot que representa uma evolução radical no que respeita à inteligência artificial a Caleb. O que começa por ser uma experiência fascinante torna-se num jogo de aparências e manipulação. Mas quem manipula quem?
Além de uma direcção muito sóbria e confiante Alex Garland consegue excelentes interpretações dos seus actores principais, Oscar Isaac, Domhnall Gleeson e especialmente a estrela em ascensão Alicia Vikander que evita clichés na sua interpretação de Ava e é decisiva na nossa compreensão e cumplicidade da relação que estabelece com Caleb.
Para quem é fã de ficção-científica, especialmente no seu lado mais cerebral, este é um filme obrigatório e, acredito eu, uma futura referência do género.