Segundo Take

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Retrospectiva Star Trek: Star Trek VI: O Continente Desconhecido

No ano em que Star Trek celebra o 50º aniversário e com a chegada a Portugal em Agosto de Star Trek: Além do Universo, o terceiro capítulo após o renascimento da outra saga espacial pelas mãos de J.J. Abrams, faço uma retrospectiva pelas onze longas-metragens produzidas entre 1979 e 2013.

Star Trek VI: O Continente Desconhecido (Star Trek VI: The Undiscovered Country), 1991, dir. Nicholas Meyer

Star Trek VI: O Continente Desconhecido vê Nicholas Meyer, responsável pelo popular Star Trek II: A Ira de Khan, regressar à cadeira de realizador para o último capítulo com a tripulação da série original. Com o afastamento do produtor Harvey Bennet da série foi Meyer que pegou no leme desta despedida anunciada e o resultado é um filme mais desempoeirado do que os três filmes anteriores, reflectindo os acontecimentos políticos da altura, nomeadamente a queda do muro de Berlim, oferece uma narrativa onde é proposta uma trégua com os eternos inimigos Klingons e com a resistência obscura de quem quer manter o status quo.

Além da maior complexidade narrativa do que o habitual também as personagens são menos bidimensionais com o Capitão Kirk a mostrar um lado preconceituoso e pouco flexível entrando, inclusivamente, em conflito com o eterno amigo Spock. O resto da tripulação tem mais tempo de antena e envolvimento nos acontecimentos, com uma menção especial para o cabelo do Chekov que, ao contrário do cabelo apropriado à idade dos seus companheiros de aventura, se apresenta distraidamente luxuriante e frondoso. Um dos elementos de interesse é o mistério por trás de um atentado que vai encontrar o Spock em modo Sherlock Holmes a investigar as pistas numa espécie de whodunnit espacial que envolve uma sua protégé Vulcana interpretada por Kim Catrall.

O vilão é interpretado pelo veterano Christopher Plummer que é relativamente desaproveitado, não por culpa da sua entrega numa caracterização erudita de um Klingon, mas porque a própria natureza destas aventuras trekkianas vê muita da acção a desenrolar-se com os actores sentados ou parados em pé a olhar para um ecrã. Isto aliado à sequência episódica e inconsequente da prisão de Kirk e Bones, faz com que, mesmo sendo uma entrada positiva no cânone do Star Trek, não chegue ao patamar do filme anterior de Meyer.

Warp 6/10

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