O 18.º MOTELX aproxima-se a passos largos. Antes de dar a conhecer a programação completa, avança hoje com o anúncio de mais cinco grandes estreias absolutas em Portugal, incluindo os filmes escolhidos para as sessões de abertura e de encerramento.

Esta nova vaga de propostas arranca com uma das longas-metragens mais desejadas de 2024: “MaXXXine”, de Ti West. Com a afiada actriz em ascensão Mia Goth no papel principal - uma autêntica scream queen do século XXI -, o slasher norte-americano é o terceiro e último capítulo da aclamada trilogia “X”, começada em 2022. Depois de “Pearl”, a mais recente produção do conceituado estúdio A24 mostra Goth enquanto Maxine Minx, uma estrela da indústria pornográfica que aspira por uma carreira no grande ecrã, na Hollywood da década de 80, e a única sobrevivente do banho de sangue registado em “X”, agora perseguida por um serial killer.

Outra novidade é “The Substance”, a segunda obra de um valor cada vez mais seguro do cinema, a francesa Coralie Fargeat. Já considerado um clássico instantâneo do body horror e com Demi Moore numa das melhores performances da sua carreira, teve estreia mundial em Cannes, onde recebeu o prémio de Melhor Argumento e uma ovação em pé de 13 minutos. Através de uma violenta crítica social ao patriarcado, a realizadora retrata a forma como se trata o envelhecimento em Hollywood e utiliza close-ups viscerais para garantir uma intensidade gore em doses não moderadas. Margaret Qualley e Dennis Quaid completam este elenco de luxo.

Indicado para preencher a tela da sala nobre do Cinema São Jorge, na popular Sessão de Abertura, a 10 de Setembro, está o sufocante “Speak No Evil”, do cineasta britânico James Watkins. O remake do filme dinamarquês de 2022, de Christian Tafdrup, que venceu o Prémio Méliès d’argent - Melhor Longa Europeia na 16.ª edição do MOTELX, volta a juntar duas famílias, de países e culturas diferentes, cujo encontro resulta numa viagem aos confins do inferno. Explorando as relações sociais, embrulhadas num terror psicológico em que a tensão e a hipocrisia se instalam e tornam umas férias num pesadelo, a actual produção americana revela um feroz James McAvoy a liderar a tempestade.

O altamente antecipado “Kill”, escrito e realizado por Nikhil Nagesh Bhat, chega a esta edição com o rótulo de “filme indiano mais violento de sempre”, desde que estreou no festival de Toronto. Num comboio, Amrit (estreia reveladora de Lakshya nas longas-metragens) enfrenta tudo e todos para salvar o amor de sua vida, num espectáculo de acção visceral que redefine os limites da violência no cinema. Fãs de “The Raid”, preparem-se para descobrir o novo ballet sangrento que insere com louvor o cinema indiano no cânone do gore.

A “The Surfer” cabe a honra de exibição no encerramento, a decorrer no penúltimo dia do Festival. Apresentado nas Sessões da Meia-Noite de Cannes, traz novamente aos cinemas o prolífico Nicolas Cage, que protagoniza um surfista de regresso à sua Austrália natal para tentar recuperar a família, mas muito pouco bem-vindo. O conflito com os locals da praia de infância e uma crise de meia-idade levam-no à loucura neste thrillerpsicológico onde a escuridão se apodera do cenário soalheiro. Do irlandês Lorcan Finnegan, promete ser um dos filmes de culto do ano.