Ao segundo capítulo Tom Cruise revela uma cuidada escolha de realizador e a série começa a revelar os seus parâmetros: cada capítulo tem o estilo próprio do seu timoneiro.
Missão Impossível II (Mission: Impossible II), 2000, dir. John Woo
Missão Impossível II chegou quatro anos depois do filme de De Palma e demonstrou várias coisas: em primeiro lugar que as missões de Ethan Hunt não se manteriam fiéis ao conceito da série televisiva original; depois que cada escolha de realizador traria um sabor distinto a cada capítulo - o filme de John Woo não podia ser mais distinto do anterior e ao mesmo tempo não poderia ter sido realizado por mais ninguém.
A história original é assinada por Ronald D. Moore e Brannon Braga, conhecidos pelas suas contribuições para algumas das encarnações televisivas do Star Trek e pela versão mais recente de Battlestar Galactica, no caso de Moore. O argumento volta a ser assinado pelo veterano Robert Towne. Acontece que, apesar destes créditos, a escrita é dos elementos mais fracos desta entrada na franchise. A trama é genérica e parece saída de um qualquer filme de acção de segunda. Sem o elemento de missão tradicional um ponto forte é a personagem feminina interpretada por Thandie Newton que norteia emocionalmente o filme e que acaba por ser mais do que o habitual interesse amoroso do herói.
O que funciona em Missão Impossível II é o estilo de acção inconfundível e operático de John Woo. Para quem gosta das coreografias e das câmaras lentas dramáticas há muito que apreciar: as cenas de acção são emocionantes, especialmente a sequência final que, verosimilhança à parte, é uma boa injeção de adrenalina que dissipa muito rapidamente depois de se ver o filme.
Missão Impossível II é normalmente apontado como o menor dos filmes da série. É bem capaz de ser mas não deixa de ser um filme com uma enorme capacidade de entreter e com cenas de acção que ainda hoje se mantém com um nível de espetacularidade invejável.
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