No ano em que Star Trek celebra o 50º aniversário e com a chegada a Portugal em Agosto de Star Trek: Além do Universo, o terceiro capítulo após o renascimento da outra saga espacial pelas mãos de J.J. Abrams, faço uma retrospectiva pelas onze longas-metragens produzidas entre 1979 e 2013.
Star Trek: Gerações (Star Trek: Generations), 1994, dir. David Carson
Depois do canto do cisne da tripulação original da Enterprise no sexto capítulo, Star Trek VI: A Última Fronteira, a tripulação da Nova Geração dá o salto do pequeno para o grande ecrã em Star Trek: Gerações. Apesar disto esta não foi uma aventura 100% Nova Geração, servindo antes como um passar do testemunho entre tripulações com cameos de Walter Koenig, James Doohan e, especialmente, William Shatner, na sua aparição final como Capitão Kirk. Esta "necessidade" narrativa infelizmente coloca em segundo plano muitos dos novos personagens trazendo, no entanto, para a ribalta as figuras do novo capitão, Jean Luc Picard (Patrick Stewart), Geordi (LeVar Burton) e o andróide Data (Brent Spiner). Mas o elemento mais forte do elenco é mesmo o carismático Malcolm MacDowell que injecta carisma num vilão algo sub-desenvolvido: Soran.
Apesar da equipa criativa responsável transitar da série de TV para o grande ecrã, nomeadamente o seu reailzador David Carson e os escritores Brannon Braga e Ronald D. Moore - futuro responsável pelo espectacular regresso de Battlestar Galactica - o resultado final tem uma escala cinematográfica e, apesar das muitas referências à série e o jargão técnico incompreensível, o espectador casual pode apreciar a narrativa mais urgente e satisfatória desde o segundo capítulo, A Ira de Khan. Onde alguns dos filmes anteriores eram minimalistas em termos de história, este é mais complexo e envolvente, bem como as cenas de acção são mais satisfatórias e emocionantes. É verdade que o chip de emoções do Data o tornam insuportável a espaços e a mecânica do funcionamento do Nexus não é totalmente explicada e toma liberdades para servir a narrativa, mas mesmo assim há algo neste capítulo que não sentia nos anteriores: sentido de diversão!
O que mais me agrada nestas retrospectivas é o confronto entre as expectativas da minha recordação dos filmes com o acto de os rever, descobrindo por vezes que não gostava tanto de coisas que pensava gostar e vice-versa. Não via Star Trek: Gerações desde que o vi originalmente nos cinemas (nem sei bem a propósito de quê, pois nunca fui fã nem conhecedor deste universo) mas agora que o revi vou ser ousado e blasfemo: é o melhor Star Trek desde Star Trek II: A Ira de Khan.
Warp 6/10
Star Trek, Ficção-Científica
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