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Richard Linklater: o último independente americano

Richard Linklater: o último independente americano

Richard Linklater é um realizador independente norte-americano com uma filmografia invejável e consistente. Nascido a 30 de Julho de 1960 em Houston, Texas, tem uma obra heterogénea e com qualidade acima da média, incluindo alguns momentos de maior experimentalismo. Tal como Steven Soderbergh não vira as costas ao mainstream tendo realizado alguns filmes por encomenda - Escola de RockBad News Bears - Um Desastre de Equipa - mas nos seus projectos pessoais é um explorador, por vezes filosófico, do efeito do tempo e das questões da percepção, abdicando da narrativa, no sentido mais convencional da palavra, para nos oferecer momentos e reflexões que nascem da natureza das suas personagens. Boyhood: Momentos de Uma Vida e a trilogia Antes do Amanhecer, Antes do Anoitecer e Antes da Meia-Noite são os exemplos maiores desta exploração.

O seu primeiro filme, Slacker, um filme de baixo orçamento e estética DIY, foi uma inspiração para muitos futuros realizadores, como Kevin Smith que sempre mencionou este filme como o momento definidor em que percebeu que era possível pegar numa câmara e fazer um filme sem muito dinheiro. Na vertente da experimentação ainda mais radical merece realce Acordar para a Vida, um filme-dissertação onde experimenta a técnica de animação por rotoscopia - onde os actores são filmados e posteriormente animados manualmente directamente nos frames das imagens capturadas - que viria a culminar na excelente adaptação de Philip K. Dick A Scanner Darkly - O Homem Duplo. Não vi Tape, uma adaptação teatral com o seu actor-fetiche Ethan Hawke, Os Irmãos Fora-da-Lei, a sua primeira incursão comercial, sem o sucesso esperado, ou Me and Orson Welles, um dos seus projectos mais pessoais mas muito pouco divulgado, mas desconfio que podem estar aqui umas pérolas escondidas.

E, se fossem precisas mais provas que Linklater trilha o seu próprio caminho, aí está o sucessor do sucesso de Boyhood, Todos Querem o Mesmo, um filme descontraído e aparentemente despretensioso que retoma os temas e o tom de Juventude Inconsciente, naquilo que o marketing convencionou chamar de forma brilhante de sequela espiritual. Tive o prazer do o ver em ante-estreia e vou analisá-lo em contexto com Juventude Inconsciente no próximo episódio do podcast mas posso levantar a ponta do véu: é excelente!

Não percam o próximo episódio do podcast, segunda-feira, dia 2 de maio em www.segundotake.com/podcast.

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