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Os meus favoritos de 2015 [6]

Ao longo do mês de Dezembro partilharei os meus filmes favoritos que vi em 2015. Esta lista não terá nenhuma ordem em especial e não pretende ser completa nem definitiva. Não vi, nem de longe nem de perto, todos os filmes do ano. Este é um texto editado e revisto do texto escrito a 10/10/2015 para o artigo Mad Max: Estrada da Fúria publicado neste site.

Nada nos podia ter preparado para a obra-prima de acção que é Mad Max: Estrada da Fúria. Um espectáculo de coreografia visual, económico de narrativa, intenso e tocante, consegue a proeza de introduzir uma personagem feminina de antologia, Imperator Furiosa, que ombreia com Max no protagonismo principal e que nos deixa ansiosos por mais sequelas, spin-offs ou qualquer coisa que habite este universo.

Mad Max: Estrada da Fúria é um exemplo perfeito de sequela/reboot/re-imaginação de um franchise pois é a destilação das narrativas e universo herdados dos filmes anteriores sem preocupações de maior com justificações ou mitologias. É um filme totalmente focado na narrativa actual e somos imediatamente lançados para a acção numa opção que torna o conhecimento do que veio antes opcional. Seguindo o template definido por Mad Max 2: O Guerreiro da Estrada eleva a escala das perseguições motorizadas filmadas com efeitos práticos, desta vez com a ajuda complementar da tecnologia digital, a patamares incríveis de adrenalina e tensão.

Tom Hardy interpreta um Max lacónico e Charlize Theron rouba o protagonismo como Furiosa. Os diálogos decorrem, na maior parte, em movimento, no decorrer da acção, fazendo com que o ritmo seja frenético e constante, sem detrimento para a narrativa e para o desenvolvimento, minimalista mas suficiente q.b., das personagens.

 
 

O maior feito de George Miller é que consegue orquestrar o caos de tal forma que a acção nunca é confusa. Percebemos sempre o que se passa no ecrã e, mais importante que tudo, quais as motivações e o que está em jogo em cada cena. Como se isto não bastasse ainda consegue tornar o calvário de Max e Furiosa num empreendimento emocional, onde nos envolvemos e preocupamos com o desfecho destas personagens, disfarçando num universo violento, desolado, patriarca e cheio de testosterona uma história de traços feministas que gerou uma (não) polémica incompreensível em alguns sectores da crítica.

Para mim, o filme do ano.

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